segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O Crepúsculo

Sabe a tristeza da vida? Olhe até a janela... eis o crepúsculo. A noite se desgarra do dia, e a penumbra cobre as ruas ainda sóbrias e nos céus desponta a lua como um fantasma onipresente. Sabe como penso um deus? Como este satélite, instável, furtivo, que em sua impiedade, em sua minguacidade, deixará as terras profanas debaixo de sua maré diluviana. É neste momento que os trabalhadores retornam até suas casas. Se iludem com o lar na quase imperceptível razão que sob o telhado e sob os gritos da mulher e da bebida haverá o encontro com a segurança. Não quero as promessas dos deuses fabris, não quero a intelectualidade dos grandes, quero a tranqüilidade do instante, a sobriedade da loucura, na verdade quero o próprio instante controlável pela minha insanidade, quero ela do meu lado, tão perto que as palavras escritas perderiam o sentido. Quero a madrugada e não este cheiro de morte.

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