terça-feira, 15 de setembro de 2009

Poema VI

Aqui o materialista histórico
é o maior dos religiosos.
Tudo que lhe envolve
Cresce naturalmente
Simplesmente é
Simplesmente está
Lhe conforta a fadiga...
Como o amor.

O vento sopra forte
Como se desejasse um trago.

Aqui se perdeu
Toda a sobriedade do concreto
E toda angústia da História.

Lá embaixo mora tudo que é errante
E errante se mostra
- Pois eu do pico mais alto -
Se perde minha amante no horizonte.

Lá é a morada
De moças de bocas largas
Olhos grandes
De peitos fartos.

Adormece e repousa
O caótico humano
De amor menos puro e certo
Laico e desalmado
E é pra lá...
Que o revolucionário deve voltar.